Aos 7 anos, William César Casasanta Júnior não resistiu. Pediu para segurar a irmã no colo ainda na maternidade Santa Isabel, onde foi buscá-la junto com o pai. Em casa, no Parque Santa Cândida, já aprendeu a tirar a criança do berço e a pentear os cabelos fininhos e sedosos da menina.
“Faz como eu ensinei, devagar”, explica a mãe, a dona de casa Silmara Casasanta, 28.
Ana Beatriz, o bebê da casa, tem sorte. Nasceu numa Bauru próspera. Não foi planejada, mas é bem-vinda.
No dia do nascimento, domingo, 21 de agosto, Silmara precisou insistir para ser atendida. Com dores, foi para a maternidade três vezes no mesmo dia. Nas duas primeiras, o médico de plantão mandou esperar. Na terceira, a opção de outro profissional foi pela cesárea.  Foi o único contratempo. Silmara fez todo o pré-natal na unidade de saúde perto de sua casa. O médico nunca faltou. No oitavo mês de gestação, o ultrassom, o único dos nove meses de gravidez, revelou o sexo do bebê.
Na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Waldomiro Fantini, onde estuda, William Júnior tem aulas de informática e já fala com intimidade sobre a internet.
Tem computador em casa, mas quer mais: um laptop. “Tipo assim: vou na casa do meu amigo e preciso trazer ele aqui para mostrar os sites”, diz. Com o laptop, o “problema” do garoto estará resolvido.
A tecnologia garante a sobrevivência da família. William pai conserta games e trabalha com salário fixo, mais extras por prestações de serviços. Tem carro, duas TVs, celular, conforto  para os filhos. O mais velho está sempre bem-vestido. A caçula já tem guarda-roupa recheado de peças cor-de-rosa.
Lar /  William e Silmara têm na ponta da língua o que esperam para a filha recém-nascida: vaga na escola pública e acesso às informações que podem proporcionar um futuro melhor.
As chances de conseguirem são grandes. Bauru tem hoje 70 escolas infantis municipais. As vagas nas creches se transformaram num direito respeitado, até porque os órgãos que cuidam da infância e juventude não aceitam desculpas. 
“Falo que ela terá tudo o que o irmão teve, nada a mais”, afirma a mãe. Ela quer equilíbrio na educação dos dois. O casal hoje tem condições melhores de vida, mas não quer deixar as crianças mimadas.
Os dois estudaram pouco, logo precisaram ganhar a vida.
O próximo passo da família é a  conquista da casa própria. Os Casasanta estão inscritos no programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal. Vivem a ansiedade de conseguirem uma das unidades.
Silmara já imagina o quarto das crianças todo arrumado e decorado, como sempre quis.
Cidade é conhecida pelo perfil universitário Além das instituições estaduais e particulares, Bauru vai receber uma universidade federal. Será um novo campus do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo). Faz parte do projeto de expansão da rede federal de ensino.
15 É o número de instituições de ensino superior em Bauru, entre universidades e faculdades
Unidade de saúde do bairro precisa de reforma A população do Parque Santa Cândida é atendida pela unidade básica localizada na avenida das Bandeiras, quadra 13.  De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, há estudos de ampliação do prédio  já existente. Não há previsão de data.
11 É o número de quadras que ainda precisam receber asfalto no bairro de Ana Beatriz
Saúde pública ainda é desafio para o governo
O município tem hoje quatro unidades de atendimento de urgência e emergência.  Quando há a necessidade de internação ou tratamentos especializados, os pacientes são transferidos para os hospitais que prestam serviços de referência e maternidade. Para isso, no entanto, é preciso ter sorte: nem sempre existem vagas para internação nos hospitais. Na maternidade, o atendimento é garantido – esses serviços  são geridos pela Secretaria de Estado da Saúde. O serviço de atendimento de urgência e emergência mantém 70 leitos para casos de observação e espera de liberação de vagas para internação, quando há a necessidade. Esses leitos, no entanto,  deveriam  ser ocupados  por pacientes por  um prazo máximo de 24 horas.
Vagas em creches começam a deixar de ser problema
Segundo números relativos ao levantamento feito em  junho pelo Departamento de Ensino Infantil da Secretaria Municipal de Educação,  a lista de espera por vagas em creches tem hoje 844 crianças com  idade entre 4 meses e  5 anos. A lista já chegou a mais de quatro mil crianças no início da década. A frequência às aulas do ensino infantil e fundamental é monitorada por órgãos como o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a Vara da Infância e Juventude. Além disso, para garantir o recebimento do Bolsa Família, as famílias carentes precisam provar a presença das crianças nas escolas e ter vacinação em dia.   Segundo o Censo 2010, Bauru tem 25.199 crianças de até 5 anos e 38.075 moradores com 65 anos ou mais.
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