Criciúma - A falta de acordo para o fornecimento das marmitas, as populares “quentinhas”, está mobilizando os trabalhadores da construção civil a entrarem em estado de greve. Sem este item na Convenção Coletiva, afirma Itaci de Sá, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas e Construção Civil de Criciúma e região, o índice financeiro não será negociado e os cerca de 3 mil trabalhadores poderão cruzar os braços nos próximos dias. “Somente três empresas fornecem a comida e a maioria deles paga R$ 5,00 pela marmita todos os dias sem condições para isso”.
Segundo o sindicalista, não houve avanço na reunião de terça-feira e a mobilização com panfletagem está sendo realizada essa semana em todas as frentes de trabalho. A categoria reivindica ainda 10% de ganho real e 6,30% de INPC do período. “Com a construção civil a todo vapor existe uma grande falta de mão-de-obra na região, e as empresas precisam dos trabalhadores”, explica Itaci.
Na pesquisa efetuada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o setor, divulgada em abril de 2011, o cenário nacional de 2010 foi marcado por crescimento econômico, com elevação de 7,5%, no PIB, o maior dos últimos 25 anos. O desempenho do setor da Construção Civil teve um dos maiores crescimentos do país com uma taxa de 11,6%, o melhor desempenho dos últimos 24 anos. No ano passado, a categoria conquistou um dos maiores índices dos últimos anos no sul do estado. Um aumento de até 19%, dependendo da função, e cesta básica com 40 quilos de alimentos.
Maristela Benedet