Os números do programa Minha Casa, Minha Vida no Grande ABC estão bem abaixo da expectativa. A meta inicial da Caixa Econômica Federal para a região era financiar, desde que o programa do governo federal foi lançado, em março de 2009, até dezembro do ano passado, 12 mil unidades residenciais. No entanto, até o fim de 2010 haviam sido fechados contratos só para 4.701 unidades, pouco mais de um terço da quantidade pretendida.
Esse volume também é pequeno se comparado com o de todo o Estado de São Paulo (187.396 contratos). Representa apenas 2,5% desse total. No País, o governo federal alcançou o objetivo de financiar 1 milhão de moradias.
Para as construtoras, o custo elevado do terreno no Grande ABC dificultou a expansão do programa. "O metro quadrado é caro", assinala a diretora do SindusCon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Rosana Carnevalli, que tem construtora em São Caetano.
Ela cita que os valores variam muito, e que há desde terrenos a R$ 200 o m² (em Mauá, por exemplo) até R$ 3.000 o m² (em São Caetano)mas, somando as despesas de construção, infraestrutura, taxas e impostos, muitas vezes as contas não fecham para o desenvolvimento de projetos.
No entanto, a empresária avalia que a recente elevação do teto do valor do imóvel vinculado ao programa Minha Casa, de R$ 130 mil para R$ 170 mil, abrirá oportunidades de negócios.
O presidente da Acigabc (Associação das Construtoras, Incorporadoras e Administradoras de Imóveis do Grande ABC), Milton Bigucci, tem a mesma avaliação. "Ajudou bastante para que mais construtoras participem e mais pessoas possam adquirir imóveis", afirmou.
Bigucci acrescentou, porém, que ainda são necessários outros ajustes: "Falta elevar o limite máximo de renda." Isso porque, embora o salário-mínimo tenha sido reajustado para R$ 545 neste ano, ainda não houve o ajuste de valores dentro do programa habitacional - criado para famílias com rendimento de até dez salários-mínimos. Só subiu o teto para pleitear o financiamento, que atualmente é de R$ 4.900.
Ainda segundo o dirigente, há a expectativa também de que suba o teto de R$ 52 mil para imóveis destinados à faixa de renda de zero a três salários-mínimos (no caso, até R$ 1.395, pois ainda vale o mínimo de R$ 465 nas regras do Minha Casa). Para esse público, só dois empreendimentos (552 apartamentos) foram feitos para esse segmento na região