No caso do Brasil, o programa atenderá 120 micro e pequenas empresas produtoras de telha instaladas na região Seridó, que compreende parte do semiárido dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. A região foi escolhida pela propensão ao desmatamento da caatinga e, sobretudo, a existência de cerâmicas com nível tecnológico atrasado. A idéia é dar um novo patamar tecnológico a essas empresas para melhorar a qualidade dos produtos e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de lenha.
A implantação do EELA no Seridó não é à toa. Grande parte da indústria ceramista dos dois estados ainda mantém fornos caipiras, que são os mais rudimentares, e consomem mais lenha. No entanto, na visão dos ceramistas, compensa mantê-los devidos aos custos. Enquanto a implantação do forno redondo custa cerca de R$ 80 mil, o caipira requer um investimento bem menor: R$ 30 mil. Porém, o preço a pagar pela adoção dessa tecnologia primitiva vai mais além. Apenas 2% das telhas produzidas nesses fornos são de boa qualidade e o percentual de telhas quebradas e com defeitos pode chegar a até 20%. Em fornos de melhor qualidade, os produtos de boa qualidade totalizam um percentual próximo a 15%.
Iniciado no segundo semestre do ano passado, o projeto é executado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e conta com a parceria de instituições, como Centro de Produção Industrial Sustentável (Cepis), Senai, Ministério do Meio Ambiente (através do Serviço Florestal Brasileiro), Sindicato da Indústria Ceramista do Rio Grande do Norte (Sindice-RN). O Sebrae ficará encarregado de diagnosticar as empresas e oferecer capacitação em gestão e consultoria para os processos produtivos.