SÃO PAULO - O bom humor voltou aos mercados nesta terça feira, impulsionando as commodities e, em decorrência, as produtoras locais de petróleo e metais. Apesar das contínuas preocupações com a crise da dívida na Europa e com a tensão entre as Coreias, a declaração do premiê chinês de apoio às medidas tomadas pela União Europeia e pelo FMI para ajudar certos países europeus e estabilizar os mercados financeiros parece ter acalmado os investidores, assim como a perspectiva que a recuperação da economia norte-americana se dará de maneira mais firme no próximo ano.
Passado o exercício de opções sobre ações, ontem, hoje a Bovespa volta a registrar alta, acompanhando o movimento das bolsas internacionais. Além das empresas de commodities, beneficia a Bolsa brasileira a recuperação de alguns papéis que vinham sendo penalizados nos últimos dias, como construtoras e bancos.
Às 12h57, o Ibovespa registrava alta de 1,05%, aos 67.967 pontos, após alcançar os 68.092 pontos (+1,23%), sem ter tocado em nenhum momento o território negativo. O giro financeiro era de R$ 1,35 bilhão, com previsão para alcançar os R$ 5,08 bilhões no encerramento da sessão. Em Nova York, Dow Jones avançava 0,29% e o S&P 500 ganhava 0,35%.
Vale PNA avançava 0,82% e a ação ON da mineradora ganhava 1,06%, acompanhando o movimento dos metais na London Metal Exchange (LME). Destaque para o cobre, que renovou recorde de alta na London Metals Exchange (LME) nesta manhã, impulsionado pelos números sobre as importações do metal pela China em novembro e pelo anúncio de força maior por uma das maiores minas de cobre do mundo.
A ação da produtora brasileira de cobre refinado Paranapanema registra leve alta, de 0,58%, retomando a trajetória perdida ontem, após a empresa anunciar um plano de investimentos de R$ 510 milhões até 2013 para ampliar sua produção no País.
As siderúrgicas também subiam, recuperando-se das recentes quedas, com Gerdau PN (+1,79%) Metalúrgica Gerdau PN (+1,63) CSN ON (+1,50%) Usiminas PNA (+0,95%) e Usiminas ON (+0,80%).
Mas a principal recuperação era observada no setor de construção. MRV liderava as altas do Ibovespa com ganhos de 3,41%. No mês, entretanto, o papel ainda acumula queda de 12%. Ainda na lista, Cyrela ON (+2,86%) PDG (+2,01%) e Gafisa (+1,92%).
Segundo operadores, além dos preços atrativos, a recuperação pode ter influencia das taxas de inflação um pouco mais baixas que o esperado pelo mercado. O IPCA-15 de dezembro, divulgado hoje, ficou em 0,69%, ante 0,86% de novembro e média das projeções de 0,79%. "Embora o patamar ainda seja elevado, ajuda a dissipar um pouco a preocupação com um aumento dos juros já em janeiro", disse o economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, lembrando que a ata da última reunião do Copom já deu indicações de que o novo governo pode esperar os efeitos do recente aumento do compulsório antes de tomar uma decisão.
Para Gouveia, essa sinalização beneficia também papéis de consumo e de bancos. Há pouco, Lojas Renner subia 3,28%, entre as maiores altas do Ibovespa. Lojas Americanas (+0,73%) Pão de Açúcar PNA (+0,14%). Entre os bancos, Itaú Unibanco PN (+1,17%) Bradesco PN (+0,88%) e Banco do Brasil ON (+1,20%).
Petrobras ON subia 1,25% e a ação ON da estatal avançava 0,99%, enquanto o petróleo registrava leve alta na Nymex eletrônica, de 0,01%, com o barril cotado a US$ 89,40, perdendo o vigor em relação ao movimento observado mais cedo.
Já a OGX recuava 0,42%, entre as maiores baixas do Ibovespa, após a empresa ter anunciado que concluiu a perfuração do poço OGX-24 na Bacia de Santos, nomeado Itagi, onde encontrou apenas indícios não comerciais de hidrocarbonetos nos reservatórios arenosos da seção santoniana.
Também entre as maiores quedas figuravam Cteep (Transmissão Paulista) PN (-1,68%) Klabin PN (-1,40%) Sabesp ON (-0,92%) Cesp PNB (-0,82%) Vivo PN (-0,67%) Light ON (-0,41%) e Natura ON (-0,23%).
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